sábado, 9 de janeiro de 2010

Crédito farto faz consumidor optar por carro zero

O aumento da oferta de crédito aliado aos saldões das concessionárias e à redução dos juros fizeram o consumidor a optar pela compra de um carro zero a um usado em 2009, segundo informações concedidas ao R7 por duas instituições do setor.

Apesar do mercado de usados ainda deter a maior fatia de vendas do mercado, a presença dos carros 1.0 novos, que correspondem a mais da metade dos veículos vendidos (52,7%), pode ser considerado um indício dessa nova escolha do consumidor, segundo Jackson Schneider, presidente da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores).

- O mercado de usados não vai deixar de existir, mas o crédito farto tem conquistado o público C e D que antes não tinha como comprar um carro e, se comprasse, optava pelo usado.

Os prazos de financiamento mais longos para pagar o carro, em até 80 meses (6,5 anos), foram os grandes aliados dos saldões de veículos no ano passado, segundo Miguel de Oliveira, presidente da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).

- O consumidor não quer saber se ele vai comprar de dois a três carros [com o dinheiro do financiamento]. Ele quer é uma prestação que caiba no seu bolso. Os feirões ajudam a manter concorrência entre as montadoras e quem ganha com isso é o consumidor.

Dados da Fenabrave (Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores) apontam que o mercado de usados ainda é grande no país, com 461,9 mil veículos comercializados em dezembro, mês em que a Anfavea registrou recorde histórico com 293 mil unidades vendidas.

Os pacotes de incentivo do governo, como a redução do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para os carros zero, também ajudaram a impulsionar as vendas. A desoneração teve início em dezembro de 2008 e só terminou em novembro do ano passado, quando teve início a volta da cobrança progressiva. A medida ajudou a incentivar ainda mais o mercado de novos, segundo a Anfavea.


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..- Devido à crise financeira [em 2008], as concessionárias venderam não só a produção do período, mas também os estoques de carros zero que ficaram encalhados nas lojas durante a crise. Foi um ano excepcional, mas a tendência é que o cenário melhore ainda mais em 2010.

A previsão das montadoras neste ano é de alta de 8,2% nas vendas em relação a 2009. A estimativa se baseia no aumento do crédito ao consumidor e a previsão de estabilidade na taxa de juros, a Selic, hoje em 8,75%.

Estimativa da Anefac (Associação Nacional de Executivos de Finanças) aponta que as concessões de crédito também devem aumentar neste ano, com previsão de atingir entre 55% e 60% do PIB (Produto Interno Bruto, a soma das riquezas produzidas por um país). Em 2009, os empréstimos ficaram em 47%, de acordo com dados do BC (Banco Central).
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